quarta-feira, 23 de março de 2011

Texto da contracapa de "Procedimento Erótico...". Por Sandra Mara Corazza

Este livro não se resigna à mentira da insignificância. Para pensar, com vigor, GABRIEL SAUSEN FEIL, seu herói moral, considera não somente Sade, mas a literatura libertina, tomando-a na evidência de seus procedimentos educativos.
Produz, assim, uma tese universitária, nas fronteiras da Educação, da Filosofia e da Literatura, sem pregação e com intensidade. Dotado de substância móvel, faz-se de teólogo negativo. Mártir do escândalo absoluto, torna-se filósofo perverso. Masoquista mascarado, surge como cristão mal disfarçado. Revolucionário fervoroso, com humor, posa de um Kant às avessas. Explorador de abismos; estruturalista selvagem; surrealista combativo; especialista do sem-sentido, doutora-se no non sense.
Seu texto - vivo e elegante; obstinado e inventivo; incostante e tenaz; vibrante e fosforescente; veloz e sofisticado - foge e volta, enquanto os medrosos e os manequins pomposos tentam, inutilmente, contê-lo.
Encantador como o vício, este livro de Gabriel pode ser considerado uma das Flores do Mal. Felizmente, para nós, leitores, uma flor entregue aos mais finos e artísticos gostos; em vez de ao mau-gosto alastrado na Formação, no Ensino e no Currículo.