terça-feira, 9 de setembro de 2008

Da impossibilidade de o gesto condizer com o que a consciência planeja

Duas pessoas que, embora estejam reciprocamente apaixonadas, uma desconhece os sentimentos da outra. É então que a apaixonada A passa o copo para B, mas não sem ficar nervosa, pois teve a impressão de que, em meio ao gesto, escancarou todo o seu sentimento. De fato A escancarou, mas fez isso não quando imaginou ter feito, mas sim no segundo movimento, o da impressão. No instante em que o copo foi passado, é provável que as mãos de A e B tenham demorado frações de segundos a mais do que seria normal, e essa mudança de ritmo tenha sido fatal.
[Fragmento de minha Tese de Doutorado: "Procedimento Erótico..."]

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